Como turbinar sua Mountain Bike sem gastar uma fortuna: Guia de Upgrades essenciais

Se você pedala com frequência, provavelmente já olhou para sua mountain bike e pensou: “Será que dá pra deixá-la melhor sem gastar uma fortuna?” A resposta é sim. E este guia foi feito justamente para mostrar como.

A indústria do ciclismo é repleta de inovações — novas tecnologias, componentes leves, suspensões inteligentes, transmissões eletrônicas e até sistemas integrados com apps e sensores. Tudo isso é incrível… mas também muito caro. Para quem está começando ou quer simplesmente melhorar o desempenho da bike atual sem explodir o orçamento, esses upgrades de alto custo podem parecer fora de alcance.

Mas nem só de carbono vive o MTB. Com escolhas inteligentes, você pode melhorar drasticamente o rendimento, o conforto e até a durabilidade da sua bike sem precisar vender um rim. Upgrades bem planejados em pontos estratégicos como pneus, cockpit, transmissão ou mesmo os pedais podem transformar a experiência de pedalar — e com um custo-benefício altíssimo.

Este post é um guia completo para quem quer turbinar sua mountain bike de forma acessível. Vamos mostrar quais upgrades realmente fazem diferença na trilha e quais são puro marketing. Também vamos explicar como identificar gargalos de desempenho na sua bike atual, priorizar os investimentos e fazer substituições que entregam mais por menos.

Falaremos sobre melhorias mecânicas e ergonômicas, upgrades que aumentam sua confiança nas trilhas, e até algumas soluções “faça você mesmo” que podem deixar sua bike mais ágil, segura e divertida. E não se preocupe: não vamos sugerir que você compre um grupo eletrônico de 12 velocidades ou uma suspensão de R$ 10 mil. Nosso foco está na relação custo-benefício real.

Se você quer extrair o máximo da sua bike atual sem entrar no vermelho, continue lendo. Você vai descobrir que é possível dar um upgrade no seu pedal — e na sua performance — com muito menos dinheiro do que imagina.


Antes de tudo, conheça sua bike

Antes de sair comprando peças e instalando componentes novos, é fundamental entender o que sua bike oferece hoje — e quais são os reais pontos fracos que merecem atenção.

Cada bicicleta tem um conjunto de características técnicas que determinam seu comportamento: geometria, materiais do quadro, grupo de transmissão, tipo de freios, rodas, suspensão, entre outros. Dentro dessa estrutura, existem componentes com potencial real de upgrade e outros que trazem ganhos mínimos a um custo alto.

Aqui está como você pode começar:

1. Avalie sua frequência e estilo de pedal

Você pedala mais em trilhas técnicas? Faz estradões? Usa a bike também para deslocamento urbano? Isso influencia diretamente os tipos de upgrade que valem a pena.

2. Identifique os pontos fracos

Faça uma análise honesta:

  • O que mais te atrasa na trilha?
  • O que causa desconforto depois de 1h de pedal?
  • Alguma parte quebra ou desalinha com frequência?

A resposta para essas perguntas vai orientar seus investimentos.

3. Faça uma revisão completa

Antes de trocar peças, é importante que a bike esteja em dia: corrente lubrificada, cabos ajustados, câmaras em bom estado e rodas alinhadas. Às vezes, um simples ajuste de câmbio ou freio já melhora o desempenho sem nenhum gasto adicional.

4. Pense em upgrade, não em ostentação

É tentador comprar aros mais caros ou uma suspensão mais bonita. Mas o upgrade certo é aquele que resolve um problema real e melhora sua performance no dia a dia.


Os melhores upgrades de baixo custo e alto impacto

Nem todo upgrade precisa custar caro para transformar sua experiência no pedal. Abaixo, você confere os componentes que oferecem grande impacto no desempenho, conforto ou segurança, com investimentos acessíveis para quem quer turbinar a bike sem esvaziar a conta bancária.

1. Pneus: o upgrade mais subestimado — e mais eficiente

Se você só puder trocar uma coisa na sua MTB, troque os pneus. Esse é, disparado, o upgrade de melhor custo-benefício.

Por que vale a pena:
Pneus são o único ponto de contato entre você e o solo. A escolha certa melhora aderência, tração em subidas, segurança nas curvas e até o conforto. Um pneu de baixa qualidade ou desgastado compromete tudo isso.

O que procurar:

  • Pneus com composto macio na borda (melhor grip)
  • Cravos laterais mais altos (para curvas)
  • Carcaça com boa resistência a furos
  • Largura adequada (2.2″ a 2.4″ é ótimo para trilhas)

Exemplos de bons modelos acessíveis:

  • Michelin Force XC Performance
  • Pirelli Scorpion XC Comp
  • Kenda Booster Pro
  • Schwalbe Smart Sam

Dica extra: Se possível, invista em um sistema tubeless. Elimina as câmaras, reduz furos por pinch-flat e permite rodar com menos pressão, aumentando tração e conforto.


2. Selim: conforto é performance

Um selim desconfortável pode acabar com qualquer pedal. Você não precisa gastar muito para ter um bom selim anatômico que evite dormência e dores.

Por que vale a pena:
A maioria das bikes vem com selins genéricos. Um selim que se adapta ao seu corpo permite pedalar por mais tempo sem incômodo, especialmente em trilhas longas.

O que procurar:

  • Formato ergonômico
  • Recorte central ou canal de alívio
  • Espuma de densidade média
  • Compatibilidade com o tipo de pedal (XC, trail, enduro)

Sugestões acessíveis e confortáveis:

  • Fizik Tundra M5
  • Selle Royal Lookin
  • Prologo Kappa Evo
  • GTS MTB Gel

Importante: o melhor selim é o que combina com o seu corpo. Se possível, teste antes.


3. Manoplas: segure o controle (e o conforto)

Muita gente ignora as manoplas — até começar a sentir dormência nas mãos ou falta de controle em descidas.

Por que vale a pena:
Boas manoplas aumentam o controle da bike, reduzem vibrações nas mãos e evitam fadiga precoce.

O que procurar:

  • Borracha macia e texturizada
  • Fixação por travas (lock-on)
  • Boa aderência mesmo com luvas molhadas
  • Diâmetro ideal para sua mão

Boas opções econômicas:

  • ODI Rogue / ODI Elite Motion
  • Race Face Half Nelson
  • GTS Lock-on
  • ESI Grips (espuma de silicone de alta densidade)

4. Pastilhas de freio: potência acessível

Freios ruins acabam com sua confiança na trilha. E muitas vezes, o problema está nas pastilhas.

Por que vale a pena:
Uma simples troca por pastilhas de melhor qualidade (resina premium ou metal) melhora significativamente a resposta de frenagem.

O que procurar:

  • Compatibilidade com seu freio
  • Composição: resina para suavidade, metálica para potência
  • Boa dissipação de calor

Sugestões de marcas boas e baratas:

  • Nukeproof
  • Jagwire
  • Alligator
  • GTS

Dica: Troque também os discos se eles estiverem empenados ou gastos. Um par de discos novos e retos pode renovar totalmente seu sistema de frenagem.


5. Pedais de plataforma ou clip: mais aderência, mais controle

Se você ainda usa pedais plásticos simples, esse é um dos upgrades mais impactantes para controle e segurança.

Por que vale a pena:
Pedais de qualidade melhoram o apoio dos pés, evitam escorregões e transferem potência de forma mais eficiente.

O que procurar:

  • Plataforma larga com pinos de aderência
  • Clip (encaixe) para quem pedala com sapatilha
  • Rolamentos vedados
  • Corpo de alumínio ou nylon reforçado

Modelos custo-benefício:

  • Rockbros MTB Flat
  • Shimano PD-M520 (clip)
  • GTS MTB Flat
  • Wellgo MG-1

6. Relação e cassete: mais marchas úteis sem trocar o grupo

Não é necessário trocar todo o grupo de transmissão para ganhar eficiência. Às vezes, um novo cassete com relação mais adequada às suas trilhas já resolve.

Por que vale a pena:
Uma relação mal ajustada faz você sofrer nas subidas ou girar demais nas retas. Um cassete com maior amplitude ajuda a manter a cadência ideal e economiza energia.

O que procurar:

  • Compatibilidade com sua corrente e câmbio
  • Cassetes com maior coroa (ex: 11-42 ou 11-46)
  • Engrenagens em aço, mais duráveis e baratos

Marcas confiáveis e acessíveis:

  • Sunrace (ótima relação custo-benefício)
  • Shimano Deore HG500 ou HG200
  • GTS 11-40

7. Mesa e guidão: ajuste a postura, melhore a pilotagem

Uma simples troca da mesa (avanço) ou do guidão pode corrigir a posição do seu corpo e melhorar a estabilidade da bike.

Por que vale a pena:
Postura errada gera dor nas costas, braços e mãos. Além disso, a geometria influencia no controle da bike em trilhas técnicas.

O que procurar:

  • Mesa com ângulo ajustável (ou mais curta, se você usa muito XC)
  • Guidões mais largos (720mm+) para trilhas mais agressivas
  • Alumínio 6061 ou 7075 (leve e resistente)

Modelos indicados:

  • Mesa GTS 70mm ou 90mm
  • Guidão Zoom, TranzX ou Sentec
  • Elevação de 20 a 35 mm para quem busca conforto

8. Câmaras anti-furo ou selante preventivo

Se ainda usa câmaras, invista em versões mais robustas com proteção anti-furo. Também vale usar selante dentro da câmara.

Por que vale a pena:
Furos atrapalham o pedal e podem ser evitados com um pequeno investimento. Selante pode selar furos de até 3 mm sem parar o pedal.

Boas opções:

  • Câmaras com líquido preventivo GTS, Kenda ou Continental
  • Selante líquido Slime, Stans ou Orange Seal

9. Corrente nova: pedal mais leve e silencioso

Correntes desgastadas perdem eficiência e aumentam o desgaste de coroas e cassetes. Trocar a corrente periodicamente é um upgrade barato e essencial.

O que procurar:

  • Corrente compatível (9, 10, 11 ou 12 velocidades)
  • Modelos com revestimento anti-ferrugem ou niquelados
  • Elo de engate rápido (quick link)

Sugestões econômicas:

  • Shimano HG-53 / HG-71 / Deore
  • KMC X-Series
  • YBN S8 / S9

Upgrades técnicos intermediários com bom custo-benefício

Para quem já fez os upgrades mais básicos e ainda quer melhorar o desempenho da mountain bike sem investir como se fosse uma bike nova, existem opções de upgrades intermediários que, embora não sejam os mais baratos, entregam muito valor pelo preço.

Esses upgrades são especialmente úteis para quem já tem uma base sólida, pedala com regularidade e sente que a bike já está no limite do que pode oferecer com componentes básicos.

1. Suspensão com regulagens

Se sua bike tem uma suspensão dianteira simples, sem regulagem de retorno ou compressão, vale muito a pena buscar um modelo melhor com essas funcionalidades.

Por que vale a pena:
Uma suspensão de qualidade transforma completamente a pilotagem. Além de mais conforto e segurança em terrenos técnicos, ela ajuda a manter a roda no chão, aumentando a tração.

O que procurar:

  • Suspensão com regulagem de compressão (compressão fechada para subidas, aberta para descidas)
  • Regulagem de retorno (velocidade com que a suspensão volta)
  • Pelo menos 100mm de curso (para XC) ou 120–140mm (para trilhas técnicas)
  • Peso compatível com a proposta da bike

Sugestões custo-benefício:

  • RST Aerial
  • Suntour XCR ou Raidon
  • RockShox XC30 / Recon Silver (usadas em bom estado são excelente opção)
  • Manitou Markhor

Dica: modelos usados em bom estado podem ser um ótimo negócio. Certifique-se apenas de que não há vazamentos de óleo ou folgas no sistema.


2. Rodas com melhor desempenho

As rodas influenciam diretamente na rolagem, aceleração e resistência da bike. Substituir rodas pesadas e de parede simples por um conjunto mais leve e resistente pode dar nova vida à sua MTB.

Por que vale a pena:

  • Rodas mais leves facilitam subidas
  • Maior rigidez = mais eficiência em curvas e sprints
  • Aros com furação e perfil adequado permitem uso tubeless
  • Cubos de melhor qualidade garantem menos manutenção

O que procurar:

  • Cubos com rolamentos vedados
  • Aros com parede dupla e compatibilidade tubeless
  • Peso total entre 1600g e 1900g (para XC)
  • Núcleo compatível com seu cassete

Opções acessíveis:

  • Vzan Everest (ótima relação custo-benefício)
  • Shimano MT501
  • Alexrims MD19 / MD25
  • GTS M500 (versão com cubo rolamentado)

3. Kit de transmissão 1x (single chainring)

Se você ainda usa tripla ou dupla coroa na frente, talvez esteja na hora de migrar para o sistema 1x, que simplifica a relação e reduz peso.

Por que vale a pena:

  • Menos peso e componentes = menos manutenção
  • Maior eficiência em trilhas técnicas (menos troca de marcha na frente)
  • Estética mais limpa
  • Reduz chances de queda de corrente

Como fazer a transição:

  • Trocar o pedivela por um modelo com única coroa narrow-wide (retenção da corrente)
  • Instalar um cassete com amplitude de pelo menos 11-42 dentes
  • Garantir que o câmbio traseiro seja de gaiola longa
  • Corrente compatível com o número de velocidades

Kits econômicos:

  • Sugino ou GTS com coroa narrow-wide 32T ou 34T
  • Cassete Sunrace 11-46
  • Câmbio Shimano Deore / Alivio de longo alcance

4. Freios hidráulicos de entrada

Se sua bike ainda usa freios a disco mecânicos, vale MUITO a pena migrar para um sistema hidráulico, mesmo nos modelos de entrada.

Por que vale a pena:

  • Potência de frenagem muito maior
  • Menos esforço na alavanca
  • Resposta imediata e precisa
  • Manutenção mais simples e espaçada

Opções populares e confiáveis:

  • Shimano MT200 (campeão de custo-benefício)
  • Shimano Deore M4100
  • Tektro HD-M275
  • GTS Pro Hidráulico

Dica: Use discos com pelo menos 160mm na frente, e 180mm se você pedala em trilhas com muitas descidas.


5. Canote retrátil (dropper post)

Este é um upgrade mais técnico, mas que vem se tornando cada vez mais acessível. Com ele, você pode baixar o selim com um toque, ideal para encarar descidas mais técnicas com mais liberdade de movimento.

Por que vale a pena:

  • Mais controle e segurança nas descidas
  • Não precisa parar para ajustar a altura do selim
  • Agilidade em trilhas mistas

Modelos acessíveis:

  • TranzX Dropper Post
  • GTS Dropper 125mm
  • Kind Shock Eten
  • PNW Pine Dropper (curto para bikes pequenas)

Esses upgrades intermediários são perfeitos para quem já melhorou os pontos básicos da bike e quer continuar evoluindo o equipamento. O investimento é um pouco maior, mas os ganhos de performance e diversão compensam — e muito.


Upgrades “invisíveis” que fazem diferença — ergonomia, manutenção e performance

Nem todo upgrade envolve trocar peças visíveis ou gastar com novos componentes. Às vezes, os maiores ganhos vêm de ajustes invisíveis, melhorias ergonômicas e manutenções que restauram a performance original da bike — ou até a deixam melhor do que era quando saiu da loja.

Essas melhorias são frequentemente ignoradas por ciclistas iniciantes ou intermediários, mas fazem toda a diferença em termos de conforto, eficiência e durabilidade.

1. Ajuste da posição de pilotagem (bike fit caseiro)

Um simples ajuste de altura do selim ou do avanço pode evitar dores, fadiga precoce e melhorar sua pedalada.

Por que vale a pena:

  • Reduz dores nos joelhos, costas, mãos e ombros
  • Melhora o aproveitamento da força
  • Aumenta a resistência em pedais longos

Como fazer um ajuste caseiro:

  • Selim na altura ideal permite pedalar com a perna quase estendida (com leve flexão) no ponto mais baixo do pedal
  • A distância do selim ao guidão deve permitir que você alcance com os braços levemente dobrados, sem tensionar ombros
  • A inclinação do selim deve ser neutra (paralelo ao chão)

Dica: Existem apps de celular que simulam um “bike fit” básico por vídeo.


2. Revisão geral da transmissão

Um sistema de transmissão limpo e bem lubrificado muda mais rápido, faz menos barulho e reduz o desgaste das peças. Às vezes, só uma boa manutenção já parece um upgrade completo.

Passos para uma revisão eficaz:

  1. Remova a corrente e lave com desengraxante
  2. Lave o cassete, coroas e polias do câmbio com escova e água
  3. Lubrifique a corrente com óleo adequado (seco ou úmido, conforme o clima)
  4. Regule o câmbio: limites, tensão e alinhamento
  5. Ajuste os parafusos de microregulagem para trocas precisas

Resultados esperados:

  • Trocas suaves
  • Pedalada mais leve
  • Vida útil da corrente e cassete estendida

3. Rolamentos: pequenos gigantes da eficiência

Cubos, movimento central e direção dependem de rolamentos. Se estão gastos ou travando, sua performance vai para o ralo.

Sinais de rolamentos ruins:

  • Estalos ao pedalar
  • Bike “presa” ou “pesada” mesmo em descidas
  • Rodas que não giram livremente

Solução:

  • Abrir, limpar e lubrificar os rolamentos se forem do tipo “abertos”
  • Substituir os rolamentos se forem selados e estiverem com folga ou travados

Dica econômica: Rolamentos de cubos Shimano, por exemplo, podem ser trocados por modelos genéricos de boa qualidade (Enduro Bearings, Neco etc.).


4. Pressão correta dos pneus

Usar a pressão certa de pneus é um dos ajustes mais subestimados. Faz diferença direta na tração, conforto, resistência a furos e eficiência da pedalada.

Como acertar a pressão:

  • MTB com câmara: 28 a 35 PSI (mais pesado = mais pressão)
  • MTB tubeless: 22 a 28 PSI (pode baixar mais sem risco de pinchar)
  • Trilhas técnicas: menos pressão = mais tração
  • Estradões: mais pressão = rolagem mais solta

Dica: Invista em um manômetro digital portátil para medições precisas.


5. Substituição de cabos e conduítes

Cabos enferrujados ou conduítes ressecados geram atraso e imprecisão nas trocas de marcha e frenagem.

Por que vale a pena:

  • A troca custa pouco (às vezes menos de R$ 30 por conjunto)
  • Deixa o câmbio leve e preciso
  • Aumenta a vida útil dos passadores e alavancas

Dica extra: Escolha conduítes com lubrificação interna. E aproveite para revisar a regulagem dos passadores após a troca.


6. Lubrificantes e produtos certos fazem mágica

O uso de lubrificantes inadequados ou de baixa qualidade pode prejudicar mais do que ajudar.

Produtos que valem o investimento:

  • Óleo seco para climas secos e poeira (atrai menos sujeira)
  • Óleo úmido para clima chuvoso e trilhas com lama
  • Graxa de lítio para rolamentos e movimento central
  • Desengraxante biodegradável (eficiente e ecologicamente correto)

Marcas confiáveis e acessíveis:

  • Finish Line, Motorex, Algoo, Squirt, GTS, Muc-Off

Esses upgrades “invisíveis” podem não impressionar seus amigos com aparência nova na bike, mas vão impressionar seu corpo e sua performance. O pedal fica mais eficiente, confortável, silencioso e seguro — e tudo isso com um custo baixíssimo comparado a upgrades de peças.

Upgrades DIY (faça você mesmo) e ajustes que custam quase nada

Nem todo upgrade precisa vir direto da loja. Com um pouco de criatividade, conhecimento e ferramentas básicas, é possível melhorar muito sua mountain bike sem gastar quase nada. São ajustes e modificações que você pode fazer na própria garagem, no quintal ou até na sala de casa.

Esses upgrades DIY (Do It Yourself, ou Faça Você Mesmo) oferecem um excelente retorno para quem curte botar a mão na massa e quer extrair o máximo da bike com orçamento apertado.

1. Selim: ajuste, reposicionamento ou reaproveitamento

Você não precisa trocar o selim de imediato. Muitas vezes, um ajuste milimétrico na inclinação ou na posição longitudinal já elimina desconfortos e melhora a pedalada.

Dicas:

  • Selim muito inclinado para frente força os braços
  • Selim muito recuado causa dores nos joelhos
  • Use um nível de bolha de celular para alinhar com o chão
  • Se o selim está gasto, uma capa de gel (R$ 30–40) pode resolver

Upgrade DIY:
Já pensou em reaproveitar aquele selim confortável de outra bike parada? Ou trocar com um amigo?


2. Espuma de guidão ou fita de guidão para conforto extra

Se o guidão está duro demais, com muita vibração, dá para usar espuma de guidão extra grossa ou até mesmo aplicar fita de guidão (como usada em bikes de estrada) para suavizar impactos.

Vantagens:

  • Melhora o grip e reduz vibrações
  • Reduz dormência nas mãos em pedaladas longas
  • Dá um visual personalizado à bike

Custo médio: R$ 15 a R$ 35


3. Protetor de quadro feito com câmara de ar usada

Nada pior do que o barulho da corrente batendo no quadro. Mas você pode fazer um protetor de chainstay (stay protetor de corrente) com uma simples câmara velha.

Como fazer:

  1. Corte a câmara de ar velha em tiras
  2. Enrole no stay inferior da bike, na região onde a corrente costuma bater
  3. Prenda com fita isolante ou enforca-gato nas pontas

Vantagens:

  • Silêncio na pedalada
  • Protege a pintura e evita trincas por impacto
  • Custo zero

4. Gambiarras que funcionam (mas com segurança)

Alguns ajustes DIY podem parecer truques de gambiarra, mas funcionam muito bem se feitos com cuidado. Por exemplo:

  • Adaptar lanternas de cabeça como farol noturno
  • Fixar alforjes com velcro e abraçadeiras improvisadas
  • Usar elásticos de câmara para prender bomba ou ferramentas ao quadro
  • Usar espuma de cano para proteger partes da bike no transporte

Atenção: sempre teste bem antes de encarar trilhas longas ou técnicas com improvisos.

5. Pintura e personalização visual

Dar uma nova cara à bike com spray automotivo ou adesivos personalizados é um upgrade estético barato e divertido.

Passo a passo básico:

  • Lixe a área levemente (apenas para remover brilho)
  • Limpe com álcool isopropílico
  • Aplique primer e tinta spray em camadas finas
  • Finalize com verniz spray

Ou ainda: aplique adesivos refletivos, logotipos retrô, ou até nome e grupo sanguíneo — isso também melhora sua segurança.


Esses pequenos upgrades DIY mostram que melhorar sua mountain bike não depende apenas de dinheiro, mas de criatividade, curiosidade e vontade de evoluir. Muitas dessas ideias saem praticamente de graça, mas trazem mais prazer, conforto e identidade ao seu pedal.

O verdadeiro upgrade começa com você

Chegando ao final deste guia, fica claro que turbinar sua mountain bike não precisa ser sinônimo de gastar uma fortuna. Em vez disso, o segredo está em entender sua bike, suas necessidades reais e onde está o verdadeiro gargalo da sua performance.

Muitas vezes, os upgrades mais impactantes são também os mais simples: um par de pneus adequados ao tipo de terreno que você encara, uma regulagem fina no câmbio, ou mesmo a troca de uma manopla gasta por algo mais ergonômico. Outros ajustes — como alinhar a posição do selim ou calibrar corretamente os pneus — não custam nada, mas transformam a forma como sua bike responde nas trilhas.

Outro ponto importante: nem todo upgrade precisa ser visível para fazer diferença. O silêncio de uma corrente bem lubrificada, a firmeza na frenagem de um freio hidráulico recém-instalado ou a confiança que um guidão mais curto e controlável transmite em curvas fechadas são sensações que só quem pedala sente. E é exatamente aí que mora a mágica do MTB: nas sensações, nas respostas imediatas, na conexão direta entre você e a trilha.

Vale lembrar que investir em upgrades sem considerar a condição geral da bike pode ser um erro. Antes de trocar peças por impulso, faça uma revisão completa: verifique o estado dos rolamentos, da suspensão, da direção e do quadro. Às vezes, uma boa manutenção geral e ajustes corretos rendem mais do que um componente novo.

Também é importante pensar em evolução gradual. Não é necessário trocar tudo de uma vez. Vá testando e aprendendo com cada upgrade. Se sua bike ainda usa câmbio triplo, experimente uma coroa narrow-wide. Se o câmbio não responde bem, tente uma nova regulagem antes de substituir. Se você pedala à noite, talvez o melhor upgrade seja uma boa iluminação e não um pneu novo. O segredo está em priorizar os upgrades que mais farão diferença para o seu estilo de pedal.

E por fim, lembre-se: o maior upgrade que você pode fazer está em você mesmo. Conhecer melhor sua bike, seu corpo e sua técnica vai permitir que cada real investido tenha retorno em diversão, desempenho e segurança. Não é o selim mais caro ou o câmbio mais moderno que define um bom ciclista — é o quanto ele extrai do que tem.

Com as dicas deste guia, você tem todas as ferramentas para evoluir sua bike sem comprometer o bolso. Agora é só botar a mão na massa, usar a criatividade, testar nas trilhas e aproveitar cada quilômetro com mais confiança, controle e prazer. Afinal, o que faz uma MTB especial não é o quanto você gastou nela — mas o quanto ela te leva mais longe.

Bons pedais — e boas evoluções!


Woman cyclist cycling on mountain top forest trail

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